A
estrutura social e espacial da cidade se caracteriza como expressão das
dinâmicas que vinculam a economia, a sociedade e o Estado em relações que
produzem o território, mas, também, se reproduzem a partir do território, pois
há processos socioespaciais que estruturam a organização de cada área urbana e
metropolitana e impactam diretamente os mecanismos de coesão/integração das
pessoas à sociedade, diminuindo ou aumentando as desigualdades. O Observatório
das Metrópoles Núcleo UEM/Maringá produziu uma análise minuciosa sobre a Região
Metropolitana de Maringá (RMM), revelando dados e reflexões produzidas por seus
pesquisadores, que agora serão apresentados ao público por meio do livro Maringá:
Transformações na Ordem Urbana. O livro que será lançada oficialmente no dia 30
de junho, às 19h, no SESC Maringá, agrega conteúdo sobre as mudanças ocorridas
no território regional no período de 1991 a 2010.
A
obra faz parte de uma coletânea da Rede Nacional do Observatório das
Metrópoles, resultado do programa de trabalho “Metrópoles: território, coesão
social e governança metropolitana”, realizado nos últimos 5 anos por uma grande
equipe multidisciplinar de pesquisadores integrantes de programas de
pós-graduação centralmente integrantes das subáreas das Ciências Sociais
Aplicadas e organizados em Núcleos Locais presentes em 15 principais
aglomerações urbanas do país (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte,
Vitória, Baixada Santista, Belo Horizonte,
Curitiba, Porto Alegre, Maringá, Goiânia, Brasília, Salvador, Recife,
Fortaleza, Natal e Belém), tendo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano
e Regional como sede da coordenação nacional.
O
intuito do projeto é oferecer subsídio para contribuir com a construção de um
incontornável projeto de reforma urbana-metropolitana. A estrutura social foi o
conceito pelo qual se optou para subsidiar a análise e interpretação sobre a
organização da sociedade. Alguns dados como, por exemplo, ao contrário das
demais regiões metropolitanas do Brasil, a maior parte de seus municípios (18)
possuem até 20 mil habitantes, sendo que desse montante, 16 possuem menos de 10
mil habitantes. Constituída pelo terceiro maior município do Estado – Maringá (Polo),
ainda congrega mais 7 municípios entre 20 mil a 100 mil habitantes. De 2000 até
2010, sua taxa média de crescimento populacional foi de 1,5% ao ano, acima da
média nacional (1,17%) e estadual (0,88%).
Contudo,
a RMM vem apresentando crescimento menor que o observado na década 1991/2000,
acompanhando as reduções observadas no Estado do Paraná e no Brasil para o
mesmo período. Destaca-se que as maiores taxas de crescimento no período de
2000/2010 são encontradas nos municípios de Maringá (2,15%), Santa Fé (1,64%),
Mandaguaçu (1,63%), Paiçandu (1,57%), Sarandi (1,49%) e Floresta (1,48%), sendo
que, exceto os municípios de Paiçandu e Sarandi que apresentaram diminuição no
crescimento, os demais apresentam taxas maiores do que aquelas observadas no
período anterior.
Hoje,
a presença de Maringá, como centro irradiador de desenvolvimento, consolidou a
sua região metropolitana, impulsionada por políticas federais de incentivo e
subsídio; desfrutando de uma realidade muito diferente dos demais municípios
incluídos nesse mesmo território. Levando-se em conta a análise intrarregional
realizada acima, fica evidente o processo concentrador de população no
município-polo da região. Esse movimento ocorre em função de: maior arrecadação
tributária, decorrente dessa concentração populacional; gerando maior
diversidade do comércio e dos serviços; o que por sua vez, repercute na maior
autonomia municipal das transferências governamentais. Com isso, o polo amplia
a sua capacidade de investimentos e atrai novos investimentos ainda mais
vultosos, em razão de um efeito multiplicador e concentrador.
Esses
e outros dados serão disponibilizados na íntegra no livro Maringá: Transformações
na Ordem Urbana, publicado pela Editora Carta Capital. O evento de lançamento é aberto ao público e
será no dia 30 de junho, às 19h, no SESC Maringá. Na ocasião o coordenador nacional
do INCT Observatório das Metrópoles e professor-titular do IPPUR/UFRJ, Luiz
César de Queiroz Ribeiro vai ministrar palestra sobre o projeto. Alguns dos
pesquisadores do Núcleo UEM/Maringá, autores de capítulos do livro, também
integram uma mesa redonda de debate.
Mais informações
podem ser obtidas pelo telefone (44) 30114287 ou nos nossos canais na web:
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